sábado, 2 de fevereiro de 2008

Coiso ...

Confesso que as últimas semanas têm sido difíceis para mim, por diversas razões. Por um lado, é a pressão do trabalho e quando isso me acontece é quando eu rendo menos, ou pelo menos tenho essa impressão. Por outro, é o estar constantemente a pensar nas outras dificuldades desta vida:

As financeiras, pois isto de darmos o melhor aos nossos filhos, nos dias de hoje, é uma coisa complicada. E mais complicada se torna ainda quando pensamos o que será isso do “dar o melhor”. Será dar-lhes quase tudo o que eles querem? Será dar-lhes aquilo que nós pensamos que eles querem? Será dar-lhes aquilo que nós pensamos que eles devem querer? Sinceramente não sei. O que eu sei é que existe por aí muita gente, já de idade avançada, que são verdadeiros exemplos de vida e que na sua infância sempre se viram privadas das muitas coisas fúteis, muitas daquelas que hoje nós achamos importantes para os nossos filhos!

As financeiras, pois nós nunca estamos satisfeitos com aquilo que temos. Ora é o carro, ora é a casa, enfim, uma série de futilidades que muitas vezes pouco uso lhes damos, pois a vida é muito curta para podermos usufruir de tudo. Por que será que nós hoje somos assim? – Sinceramente não sei. O que eu sei é que as tais pessoas mais “velhotas” eram e são muito mais felizes com muito menos!

As de relacionamento. Sim, para mim a nossa maior dificuldade prende-se com o facto de não nos conseguirmos relacionar uns com os outros numa posição de igualdade. Penso que, hoje em dia, quando olhamos para alguém raramente o vemos como sendo uma pessoa igual a nós, que tem sentimentos como nós, que pensa como nós, mas que pode perfeitamente ter outros sentimentos e pensamentos que não propriamente os mesmos que os nossos!

As de relacionamento, porque hoje em dia já quase ninguém sabe o significado de amizade. Para mim isso é das maiores tristezas que assolam a minha alma. Eu gosto muito de fazer amigos e de os conservar, mas reconheço que é difícil tal tarefa, reconheço que só de pensar nisso entro quase em paranóia, pois muitas vezes aquilo que nós pensamos como sendo o melhor para manter uma amizade mais não é do que aquilo que nós queremos que a nossa amizade seja. Pior do que isso, para mim, é quando fazemos o melhor pelo nosso amigo e a certa altura, como paga (cá está, muitas vezes, quando ajudamos um amigo, começamos logo a pensar como ele nos vai “pagar”), levamos uma autêntica punhalada nas costas (sim, nas costas, porque hoje, em muitos casos, a amizade foi substituída pela cobardia)!

Conclusão, penso que, como eu, existem hoje muitas pessoas cujo cérebro anda constantemente cheio de “merdúncias”, qual sanita entupida!

(Ok… eu sei que esta foto é nojenta, mas é isso mesmo que eu quero fazer ver – o nojo em que a nossa vida muitas vezes se transforma!)

Nem de propósito, um Domingo destes, mais precisamente da parte de tarde, lá estive eu a tirar a crosta dos carros, o tempo lá foi passando e, quando me lembro, eis que tinha uma SANITA para desentupir. É, digamos que foi um Domingo de merda. Lá fui para a casa de banho sem saber muito bem como ia resolver aquilo, sem qualquer ferramenta. Sentei-me ali ao lado a olhar para a sanita, perguntando-lhe em pensamento “ora diz lá minha filha, o que comeste e que te fez mal?”. Como ela não me respondeu, decidi meter a “bicha”da banheira pela sanita abaixo, liguei a água no máximo, de forma a que a pressão pudesse empurrar o que estava a entupi-la. Azar do caraças, a sanita ficou com merda até às orelhas!
Ainda pensei num arame, mas que raio, onde iria arranjar um arame num apartamento? – Desisti da ideia e eis que me vem à cabeça outra luminosa – por que não tentar com aqueles desentupidores utilizados nas bancas de cozinha?
Lá pedi à mulher para ir ao supermercado, a ver se ainda existiam instrumentos daqueles à venda… e não é que havia mesmo? Olhei para o dito artefacto como se ele fosse o Salvador, peguei nele com todo o carinho, meti a mão na sanita, movimentando o desentupidor para cima e para baixo e eis que de repente toda a porcaria se some a uma velocidade estonteante!

Tal foi a alegria sentida, que nem sequer me lembrei da mão borrada, muito menos dos salpicos de excrementos que me saltaram para a cara!

Com aquela experiência, veio-me à cabeça o seguinte desabafo: “caraças, gostei da experiência … porque é que os estudiosos da mente nunca se lembraram de criar um desentupidor de merdas existenciais, antes que a nossa vida se torne numa autêntica sanita, a qual acaba por sugar a razão da nossa existência?”

P.S.: Ainda pensei em dar o titulo de “merda” a este post ... de merda, mas isso já seria porcaria a mais, não acham!?

5 Comments:

Pinto Madeira said...

ok...fiquei atonita...sim XN.. conseguiste-me deixar atonita e sem palavras... uma coisa tenho a certeza... vou pensar duas vezes antes de te apertar a mão novamente..
Muahahh aahha h aha hah aha ah ha ah ha ha ha ha ha h haha ha ha ha ha ha ha ha ha hah haa h ha h ha ha haa h ha haaa ha ha haa h ha haa hah haa hah ah a h ha aha hh a haaahhah ahaha ha h ha ha ha ha haahah h a h hah a haha hahahahh a ha ha hah a ha ha ha ha ha h ha ha ha ha ha ha h ah ha ha ha h ha ha ha

XN said...

Isso porque tu não és minha amiga de verdade! ... os amigos de verdade estendem a mão, sem se preocuparem em saber onde a mão do outro esteve! ...
Muahaha ha ha ha ha ha ha ha ha ha ha ha ha ha ... enfim, mais uma que me apunhalou!

Anônimo said...

Grande aventura XN....muahhhhhh...
K nojo...comi uma banana agora...e já anda aki aos trambolhões...e a culpa de kem é???? - É do Xoné.

Mas adiante...denoto nostalgia, melancolia, desgosto no teu discurso.........hummmmmmm....

Anônimo said...

oh que belo texto +ara se ler num domingo de manhã.....hummmm...fiquei com uma subita vontade de desentupir sanitas com o meu "desentupidor"...muahahahahah!

amigos??...essa palavra não me é estranha..... :P

Anônimo said...

esta sanita é exactamente igual a algum dos que se dizem, ou fazem, nossos amigos.