sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

"Preposição" ou "predisposição", eis a questão!

Houve tempos em que me convenci que até percebia alguma coisa da língua portuguesa. Porém, com o decorrer dos tempos, chego à conclusão que as minhas notas na disciplina destinada a ensinar aos mortais a língua de Camões, foram pura e simplesmente um lapso por parte de quem mas atribuiu.

Se pensar bem agora, talvez a minha vocação estivesse mais virada para a filosofia, essa bela arte de se pensar o que se quiser, ainda por cima com a agradável sensação de que o meu pensamento poderia vir a fazer doutrina junto de discípulos.

Porque é que eu não pensei nisso antes?

Porque é que eu, em vez de estudar tão importante matéria, limitava-me a fazer extensos resumos em folhas A4, os quais metia entre os livros e depois chapava no teste, porque no fundo o que a professora queria era “palha”?

Ó miséria de vida, porque é que só agora, já na casa dos “entas”, cheguei à conclusão que tudo não passa de filosofias de vidas?

Problemas existenciais todos nós temos, mas agora, no meu caso em particular, penso que tal problema se assume como algo do foro psicológico/existencial, pois todas estas interrogações partiram dum banal “tampo-de-tacho" … É verdade, amigos – um mero, banal, simplório, sebento e quiçá asqueroso “tampo-de-tacho”!

Foi ali que fiquei naquela fronteira da indecisão entre o que vem no dicionário da língua portuguesa, versão Porto-Editora, e o que vem no recém-lançado dicionário da língua “XizéNiesa”.

Onde estava a indecisão? – Precisamente porque eu fiquei a ponderar se aquele instrumento que tampa o recipiente onde se confeccionam as comezainas, estava separado efectivamente do seu cara-metade por um “de” ou por um “do”.

Ora, depois de consultar o mais completo dicionário que existe neste belo país – aquele que nós vamos actualizando todos os dias com as nossas experiências, com as experiências dos outros, com os outros que fazem experiências connosco (muitas vezes no pobre desgraçado que não tem qualquer poder, a não ser o poder ficar calado) – cheguei à brilhante conclusão que existem dois movimentos cognitivos, a saber:

- Aquele cujo conhecimento assenta na ideia de que a experiência da vida e a forma intensa como a vivemos, leva-nos a ficar com os cabelos demasiadamente escassos para cobrir precisamente a carapaça que guarda o nosso disco rígido (e atenção que estou a referir-me aos que os têm mesmo rígidos e inflexíveis) – Estou a falar do “de”;

- Aquele outro em que o pensador é ele próprio o tampo, e que por isso só deixa entrar no tacho (da sua doutrina) propriamente dito, quem ele muito bem entende – Estou a falar do “do” (“do do”?… soa-me a jogador de futebol, mas enfim, não estou aqui propriamente para falar desse submundo, onde supostamente a coisa é mais nebulosa que qualquer manhã londrina).

Foi precisamente aqui que eu cheguei a mais uma brilhante conclusão e disse para mim mesmo “XN, espera lá, tu és um génio. Não é que tu, com a tua sabedoria saloia, conseguiste ver mais para além do que alguma vez viu um Sócrates (não façam analogias estúpidas ó faxabôr), um Platão e quiçá até um brilhante Descartes? … tu conseguiste vislumbrar algo que esses génios do pensamento nunca conseguiram, não obstante se dedicarem quase em exclusivo à arte de pensar!”.

Não sei propriamente se disse aquilo a mim mesmo enquanto dormia, ou se estava efectivamente acordado. Inclusivamente nem sei se alguma vez acordei até hoje de facto, mas sei-o realmente agora que há na verdade outro movimento e que até nem é novo, bem vistas as coisas. Trata-se de um movimento unificador daqueles dois acima referidos, o qual decidiu, após aturadas reuniões mais-ou-menos secretas (aquilo que agora pomposamente se chama de concertação), retirar a preposição substituindo-a por uma simples vogal, decisão bastante trabalhosa, pois bem sabemos a maçada que é esta coisa das fusões. E foi assim, caros companheiros, que nasceu o movimento mais em voga nos últimos tempos, de seu nome “TAMPA-O-TACHO”!

O que difere este novo movimento dos dois existentes anteriormente? – Praticamente nada amigos, praticamente nada! – No fundo, trata-se apenas de uma questão de maior rendimento logístico de pensadores que se dedicavam basicamente ao mesmo e que era o de só deixar entrar no seu tacho, aqueles cujos condimentos não viessem estragar a panelinha!

E foi assim que entrei novamente num estado depressivo, pois afinal eu até nem descobrira uma coisa por aí além, apenas fui mais além na arte de puxar pela cabeça… que me senti predisposto a fazê-lo, portanto!

N.B.: Não faltariam imagens que pudessem reflectir e ao mesmo tempo abrilhantar este meu relatório, mas façam também vocês um exercício com o vosso cérebro e tornem-se também em brilhantes pensadores – Olhem à vossa volta, olhem para quem manda em vós, olhem para quem pensa que manda em vós… e depressa chegarão à conclusão que esses pensadores dos tempos modernos existem aos pontapés (atenção, espero que o termo “pontapés” não vos leve a enveredar pela violência, pois nem é esse o meu intuito e tal nem é necessário amigos, porque sabeis, esses pensadores já são por si só bastante martirizados pela sua própria consciência).

7 Comments:

Anônimo said...

Deliciosa a dissertação/descoberta, sem dúvida que se as mães de alguns tivessem enfiado uma dúzia de Tampa-o-Tampax/OB na cavidade vaginal, esses nado-abortos iriam Tapar-o-Taxo para algum infeliz esgoto cá do burgo.

PJ said...

Já dizia a minha avó que "para cada tacho há sempre uma tampa".
Será que ela se referia àqueles tachos que dão comer infinito a quem consegue ser a sua tampa? Pois que são tachos cheios, muitas vezes a deitar por fora, daí a matéria pegajosa que escorre da sua beira (alta?), ajudando a colar a tampa no sítio...

Isto traz-me à lembrança que, nas beiras, também há quem chame as tampas de "testos", mais pequenos (os dos tachos) ou maiores (os das panelas), que ainda assim não devem ser confundidos com os "textos" que, como o exemplo em questão, é maior, quer em dimensão, quer em profundidade.

XN said...

É verdade PJ. De facto tento utilizar uma linguagem +- universal e daí as tampas, mas aqui na minha terra também são testos ... aliás, ainda me lembro daqueles que cobriam as panelas de ferro com três pernas que se punham à lareira!

Ó caraças, só agora reparei, mas já vou tarde ... será que alguém mais malicioso e com a mania da perseguição poderá entender nestas minhas palavras algo como "olha-me este gajo a arrotar contra os testas de ferro!"? ... Não meus senhores, não são "testas" mas sim "testos"!

Anônimo said...

Encontram-se nesta tasca verdadeiros filósofos!!!!Então o XN !!!!!!

Pinto Madeira said...

alguem que me faça um resumo... adormeci após a 2ª linha...

XN said...

Pois ... ainda por cima nem bonequinhos tem ... tanto adormeceu, que até se enganou no sitio onde pretendia expelir os gases intestinais ascendentes ... olhe lá, contos para crianças (crescidas) é mais abaixo ... ai a cáca já!

P.S. para coisas que realmente interessam: Sr(a). Anónimo(a), volte sempre ... adeus e um bagaço!

Anônimo said...

Obridado pelo bagaço,XN.P`ra próxima ofereça-me um whisky. Continue pela tasca.