sábado, 31 de janeiro de 2009

THE T-FILES – Encontros Imediatos Do Grau Esquisito (III)

CASA DOS PAIS DE PARMÉNIDES
SÁBADO – 9H37

Mulder preparava-se para tocar segunda vez à campainha, quando a porta se entreabriu, revelando uma cabeça coroada de rolos modeladores, cuja cara estava coberta de uma estranha substância dita embelezadora, mas que, na verdade, era algo a meio caminho entre o muco nasal e o revestimento betuminoso para reparação de paredes de alvenaria.

- Bom dia. São os senhores do Jeová? O meu marido ainda não leu os “Caminhos do Senhor” do mês passado...
- Não, minha senhora, nós...
- Vendem aspiradores, não é? Não vale a pena, não estou interessada, o que comprei a semana passada ainda trabalha...
- Agentes Mulder e Scully, – atalhou Dana, acenando o seu cartão de identificação – somos do CIS e...
- Do CIS?! Oh, meu Deus – por momentos a máscara facial branca tornou-se pálida – é por causa daquela garrafa de whisky que eu trouxe da mercearia sem pagar? Eu juro que foi engano, estava só a ver o preço, não sei como é que ela veio parar ao saco das compras, só dei por isso quando cheguei a casa, mas depois quando a quis devolver já o meu marido a tinha gasto toda para assar umas chouriças lá da terra...
- Senhora Juvenal – cortou Mulder – na verdade, estamos aqui para falar com o seu filho Parménides sobre o encontro imediato que ele teve.
- Ah, bom!... Se é só isso, façam o favor de entrar!

Em menos tempo que leva um banco a falir ou uma multinacional a deslocalizar-se, os investigadores tornaram a sala de estar numa sala de interrogatórios, tendo inclusive montado um polígrafo em cima do naperon da televisão, a qual ficava a ganhar uns pontos na decoração, face à galinha de loiça que lá estava antes.
- Sr. Parménides, o senhor acredita em discos voadores?
- Eu? Claro que acredito. Já fui apanhado por um!
Céptica, Scully franziu um sobrolho.
- O sr. está a dizer que já foi raptado por um disco voador?
- Raptado?! Não, estou a dizer que já fui apanhado por um... na praia. Era amarelo e veio a voar até me bater na cabeça... Felizmente a minha mãe estava comigo e deu logo um estalo no miúdo, para aprender a não incomodar as pessoas.

Após três horas de intenso interrogatório, foi decidido fazer a reconstituição do caso, pelo que Mulder, Scully e Parménides foram até à Tasca do Silva, tendo este servido novamente as 3 gasosas ao seu jovem cliente. A ingestão de tamanha dose de dióxido de carbono antes do almoço fez com que, desta vez, o vómito de Parménides durante o percurso errante até às traseiras da tasca tivesse ido parar aos sapatos dos agentes e não à sua camisola.
Foi exactamente no momento em que dobravam a esquina que Parménides o viu. Em plena luz do dia, lá bem ao fundo da rua, um vulto indistinto de aura verde parecia querer esconder-se do mundo, acocorado atrás de uns caixotes de lixo. Mulder e Scully sacaram das suas armas e correram até lá, tentando ser o mais discretos possível, para não assustar o ser que, visto agora mais de perto, parecia estar mais interessado em levantar os caixotes de lixo, tombando-os para dentro de uma enorme boca de metal.

De facto, a percepção daquele ser ia sendo clarificada a cada passo que os investigadores davam na sua direcção, e não deixou de ser surpreendente quando, a dez metros do local, viram o vulto voltar-se para eles, revelando toda a dignidade de um homem da recolha do lixo, envergando um colete verde fluorescente!
- Por mim, isto encerra o caso – disse Scully, olhando para Mulder com ar acusador – Vamos embora!
- Mas isto não prova que não houve aqui um encontro imediato! – argumentou o agente – Eu sei que algures acima de nós, algo ou alguém nos observa.
- Claro!... Aquilo... – Scully apontou para a câmara de vigilância que o Silva tinha mandado instalar sobre a porta das traseiras da sua tasca.
- Não, Scully. Acredito que há forças alienígenas que interagem connosco de maneiras insuspeitas para nós! Será que estamos sozinhos no universo? Claro que não!... Basta atentar em todas as maravilhas que existem por esse mundo fora e que não têm explicação científica! Os desenhos dos campos de milho, as ruínas de Stonehenge, o triângulo das Bermudas, a receita do pastéis de Belém... A verdade está algures!

1 Comment:

Xi said...

Cadê o autógrafo q já pedi há quinhentones?!!!
trabalham tão mal praí!!!!