sábado, 5 de setembro de 2009

Arroz xau-xau

Fazendo jus ao nome deste blogue, coisa que talvez nunca o tenha feito, porque sempre tentei guarnecê-lo com outro tipo de receitas – aquelas que acabamos por digerir todos os dias, mas que não vão parar propriamente ao estômago mas a outras partes do nosso organismo, partes essas que nem qualquer um possui, ou desconhece possuir, caso mais frequente este último, ou não vivêssemos numa sociedade sofredora de letargia cerebral – hoje decidi finalmente acatar o espírito tasqueiro e, assim, tentar surpreendê-los com um prato cujas iguarias vão fazê-los transportar por uma viagem que bem pode começar, caso sofram de falsas expectativas, num belo arroz de grelos, e acabar, caso caiam na realidade, num daqueles pratos culinários todos pipis, mas que na prática não nos alimentam convenientemente, aqueles a que agora fica bem apelidar de “gourmet”. A ver vamos.

Se há coisa que os meus Pais me ensinaram, ou não fossem eles pessoas oriundas de famílias de fracos recursos, foi a de que devemos tentar gostar um bocadinho de tudo, pois nem sempre havia a possibilidade de comermos aquilo de que realmente gostávamos. Bem sei o porquê de nos tentarem incutir tais valores, pois eles eram de outros tempos – os tempos em que era necessário ter estômago para tudo e mais alguma coisa, pois, pensavam eles, era preferível comer algo a ter a barriga constantemente a dar horas!

Pois bem, meus amigos, para quem não me conhece, esta é a altura ideal para desistirem da leitura deste post e talvez passarem para um qualquer blogue que se dedique à trica politico-partidária… ou talvez não, fica ao vosso critério, mas depois não digam que não vos avisei e que sou sempre o mesmo destroça corações.

Para os que ficaram, aqui fica uma receita que me recuso cozinhar, muito menos digerir:

- Arroz “alfinetada”;
- Ovos debaixo dos braços q.b.;
- 120 g de pseudo-jornalistas, que mais não são do que paus mandados de um lobby qualquer;
- 250 g de carne de “aves de rapina”;
- 150 g de carne de porca política;
- 100 g de gente que não se importa de ser afiambrada, desde que os meios justifiquem os fins;
- Nozes dos dedos picadas, de tantos murros se dar na própria dignidade;
- Sal e pimenta ao gosto de cada um;
- Água à medida daquilo que se quer “alagar”;
- Salsa (ou outro tipo de dança, principalmente aquela, a de cadeiras).

Queridos e amados Pais, por muito que eu goste de vós, que gosto, bem o sabeis, prefiro alimentar-me de outras coisas, nomeadamente as que me façam crescer como pessoa, em detrimento daquelas que só servem para encher o band(a)ulho… ou então morro orgulhosamente à fome.

Beijos, abraços… e xau-xau!

1 Comment:

Bilgueits said...

Excelente retrato de uma boa parte do corpo redactorial da TVI ( estou a excluir o Juca Magalhães que ainda está para me convencer do que faz naquela estação de televisão ... ah !! já sei .... na medida em que está como "director regional" da TVI Porto, sedeada na Torre das Antas ... só pode ser uma forma de estar ... "Mais Perto de Deus" !!! ... por isso ele diz que não quer voltar a Lisboa !!!)