quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Um conto de Natal

Olá, o meu nome é Parménides Juvenal, moro aqui no bairro e tenho uma história de Natal para contar.

Ontem, como é tradição em época de Natal, depois de tomar o meu nestum ao pequeno almoço, fui com os meus pais à missa do padre Inácio. Quer dizer, na verdade foi a minha mãe que entrou comigo pela mão na igreja, porque o meu pai insiste sempre em ficar lá fora a dar esmola aos pobrezinhos que estão nos degraus da entrada, embora no último ano, a minha mãe se tenha chateado com ele por, ao sair, o ter encontrado na esquina agarrado a uma senhora das que vivem na casa da madame Sissi.
Eu até compreendo o meu pai, pois se já tinha dado toda a esmola que podia, estava a dar algum calor humano à pobre senhora, que estava de mini-saia e top a tiritar de frio, coitadita! Pelos vistos a minha mãe não pensa nas pessoas que, chegado o Inverno, não ganham para comprar roupa mais quente...

Bom... mas estava eu a falar da missa do padre Inácio. Já estávamos quase de saída, quando o padre lançou a pergunta às mais de 10 pessoas que estavam na igreja:
– ... meus irmãos, onde está Deus?
– Ele está nesta igreja – disse o sr. Almerindo da mercearia.
– Sim, muito bem visto, pois esta é a casa Dele. - replicou o padre Inácio.
– Ele está no céu, onde vela por nós – disse a amante do doutor Anacleto.
– Ele está nos nossos corações... - disse uma vozinha lá atrás.

Ora isso deve ser falso, pensei eu, pois venho cá todos os anos e nunca o vi por aqui! Aliás, acho que ele deve ser como o Bin Laden, pois diz-se que ele está em todo o lado, mas muita gente o procura e nunca ninguém sabe onde ele está. Foi aí que me lembrei de um episódio passado há muitos anos que me mostrara onde está Deus. E decidi intervir:

– Eu sei que Deus morava na minha casa-de-banho!
– ??... Ai sim?! E o que te faz pensar nisso? - perguntou o padre Inácio, depois de esperar cerca de dez minutos que a assistência acabasse de rir.
– Porque eu lembro-me, quando era mais novo, tinha para aí os meus trinta anos, muitas vezes ouvia a minha mãe a entrar na casa de banho, e passado uma hora ou assim, ouvia o barulho do meu pai a bater na porta, a torcer-se todo com a mão na braguilha e a gritar “Meu Deus, mas tu nunca mais sais daí?!”

1 Comment:

Xi said...

Parménides..não há acto q te salve!!!!HEREGE...IHIHIHI...
Papai Noel não vai descer pela tua chaminé!!!!Talvez pró ano consiga..após tratamento no Dr. Póvoas

Bom Natal!!!