domingo, 5 de julho de 2009

24 - Operação Moelas (IV)



Junto à fonte central do jardim arqº Carrapatoso, dois indivíduos vestidos de negro aguardavam ansiosamente que o terceiro desligasse a chamada telefónica que estava a receber. Do autocarro 27 continuava a não haver sinal, mas após terminar a chamada, o sujeito do telefone fez perceber claramente que o grupo teria de sair dali com urgência.
- لا بد لنا من الفرار. كل رجل لنفسه ، نحن في مرحلة (*em português: Temos de fugir. Cada um por si, encontramo-nos no ponto alfa.)

* * *

Do outro lado da praceta, Jack Bauer encostado à esquina espiava a movimentação dos 3 homens suspeitos, enquanto ligava para a “tasca-force”.
- Aqui, Jack, escuto.
- ...desculpe, deve ser engano. - ouviu-se a voz do inspector do outro lado da linha – Eu não conheço nenhum Jack Escuto!
- Bolas, Agostinho! Sou eu, Jack. Escuto.
- Já lhe disse que deve ser engano, não conheço nenhum Jack Escuto e faça o favor de me desimpedir a linha, que preciso de falar com o meu amigo Jack Bauer.
- Eu sou o Bauer! Over. - rangeu Jack entredentes, amaldiçoando uma vez mais ter entrado naquela missão liderada por civis imbecis sem experiência de operações de campo, onde a vida e a morte se jogavam numa fracção de segundo.
- Bauer Over?! Elá, agora já é outro?? Ó diabo, temos aqui linhas cruzadas, queres ver?...
- Agostinho, ouve-me! Se queres que te volte a tirar o calcário da máquina, tens de colaborar.
- Jack!! Porque não disseste que eras tu?...Olha, já descobrimos a substância viscosa que estava no chão da tasca : baba de caracol!
- Baba?! - Bauer trocou olhares com Parménides, que por momentos pensou que o agente se estava a referir a algo que lhe caía dos cantos da boca, pelo que tratou de puxar o lenço monogramado que sua mãe lhe oferecera no 30º aniversário e com ele secou os lábios.
- Como diabo aparece um rasto de baba de caracol?
- ...por causa dos caracóis?...
- Bom. Seguimos o rasto que parece levar a um grupo de indivíduos estranhos que estão aqui no jardim...
- Os terroristas estão a ir-se embora! - interrompeu Parménides, apontando para o jardim.
- Não deves julgar ninguém pelo seu aspecto! - Bauer desligou a chamada – Se toda a gente pensasse assim, poderiam, por exemplo, olhar para ti e dizer que tens um pénis minúsculo.

Durante breves segundos, Parménides Juvenal não mexeu um único músculo facial, mas depois voltou a sublinhar, incisivo, directo e conciso, como era seu timbre habitual.
- Os terroristas estão a ir-se embora!

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