Ora, então, muito boas noites p'ró pessoal todo! -- bradou forte o "Zé-das-Acções", colocando os dois pés em posição rigorosamente simétrica e como que colados aos ladrilhos da Tasca, enquanto lançava um interrogante olhar descrevendo um ângulo de 120 graus pelos presentes. E ainda os tasqueiros lhe não haviam retribuído a saudação já acrescentava (e sorria): Parece que o pessoal, hoje, está preocupado é com o futuro dos dois maiores Bancos cá do bananal!
Mas nem esperou as reacções para arrematar com a questão sobre a qual vinha cogitando, soltando logo ali todas estas frases soltas, afirmativas e interrogativas:
- Estive a ler o "Correio da Manhã" na Internet e fiquei sem perceber tudo. Mas acho que não vou ficar a perder...
- Então, agora, os agentes privados já dependem do Estado, ehim? Isto é de doidos!- Digam-me cá o que é que o Governo do País tem a ver com o governo do BCP?
- Mas que falta de vergonha política e de respeito pela concorrência!!!
- Então, agora, o Governo abre mão do segredo do seu melhor negócio -- o da Caixa -- para fazer chegar a sua estratégia e know-how a um outro Banco onde só indirectamente tem interesses?!
- Oh, cum escafandro!
- Será que não havia mais ninguém capaz de presidir aos destinos do BCP?
- Ó Silva, não precisas de ficar com olhos esbugalhados; cumpre a tua obrigação e serve aí o pessoal, que quem paga sou eu; é que em 2009 vou receber uma pipa de dividendos dumas acçõeszitas que tenho do BCP!!!
E enquanto, uns após outros, todos beberam o seu copo à conta do virtualmente bafejado pela sorte a quem, desta vez, a imprevisível estratégia política lhe acena, prosseguiu:
- Eh pá, ele há coisas na política que nem ao diabo lembraria!
- Então, ainda se o demissionário não tivesse ido à audiência prévia com o Ministro, eu ainda admitiria que simplesmente o BPI e o Berardo lhe teriam oferecido um ordenado de craque da bola!... Mas não; o homem vai p'ró BCP porque há ali uma estratégia qualquer que eu ainda não consegui perceber!
- Olhem, nem me interessa perceber. O que me interessa é que os melhores clientes da Caixa passem para o BCP, que é para ver se, finalmente, as minhas acçõezitas rendem algum, que é p'ra compensar o marasmo dos últimos anos!!!
Todos beberam e... arrotaram. E as conversas, opiniões e especulações surgiram em catadupa -- cada cabeça sua sentença -- mas nenhum dos tasqueiros deu uma explicação lógica p'rá transferência de Santos Ferreira (solto ou apoiado em Vara) da CGD p'ró BCP. E uns por ali ficaram a arrotar enquanto outros foram arrotando a caminho do vale de mantas; mas todos ficaram magicando sobre que raio de "cambalacho" é que estará por detrás de tais novidades...
Alguns tasqueiros até tentaram associar a coisa à referência que Sócrates fez -- na sua Mensagem de Natal -- em relação à solução, que parece ter na manga, para os 145.000 postos de trabalho que ainda tem que arranjar até ao fim do mandato, se quiser não levar rodas de lírico ou, pior, de Pinóquio...
quinta-feira, 27 de dezembro de 2007
O intrigante momento do "Zé-das-Acções"...
Servido por Jacques às 20:54
Etiquetas: Filosóficas e bagaceiras
2 Comments:
Ja'cque's ninguém arrotou após ler, arroto eu:
No parágrafo final, a tecla do "1" não cumpriu a minha instrução digital, pelo que há um erro de, somente, 100.000 (desempregados)!
Se já só faltassem os 45.000 postos de trabalho, nem um baguinho de trigo caberia num sítio que eu cá sei...
Já procedi à correcção, figurando agora os 145.000 pretendidos.
Acrescento que me parece ser indiferente que o governo tenha de "arranjar" 45 mil ou 145 mil empregos. Sinceramente, não percebo de onde vem a ideia de que têm de ser os governos a arranjar empregos aos desempregados. Trabalho é coisa que não falta por aí, haja quem queira fazê-lo!!
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