sábado, 20 de junho de 2009

E depois do adeus

Tenho para mim que o melhor português é aquele que vive no seu país e não propriamente aquele que passou anos a trabalhar lá fora e que depois regressa, quando regressa, já entradote na idade e que apenas cá vem para fazer uso do bocado de terra que em tempos comprou no cemitério lá da aldeia (quer dizer, às vezes não só compram o bocado de terra, como também lá constroem uma "petite maison" com “fenêtres” e tudo).

Também há aqueles que vão lá para fora para estudar e que acabam por lá ficar a trabalhar, porque, segundo a maioria deles, em Portugal não lhes são facultados os meios para desenvolverem a profissão de que gostam.

Sobre estes últimos, vi há dias uma reportagem, salvo erro na “RTP”, onde foram entrevistados uma série de indivíduos portugueses a estudar e a trabalhar nos Estados Unidos, sendo que de entre todos chamou-me mais atenção uma menina que estava a fazer um doutoramento em CLARINETE.

Dizia tal menina que lá é que era – tudo pago, quando cá em Portugal nada disso conseguia!

Pois bem minha menina, do que você não saberá, é que enquanto a si facultam uma bolsa para tocar um instrumento, outros há no seu país de acolhimento que se vêem desgraçados para ter acesso a cuidados médicos. Para que tenha uma ideia, aqueles de quem falei já estão na casa dos CINQUENTA MILHÕES, enquanto que em Portugal, mesmo aquelas que, entre outras habilidades, tocam “pífaro de cacela”, têm acesso a esses serviços (se bem que com muitas falhas ainda), sem que para isso tenham de possuir um seguro de saúde.

Eu próprio já estive a um pequeníssimo passo de emigrar, não fossem uns acontecimentos anormais que me impediram de dar tal passo. Caso o tivesse feito, o meu intuito era unicamente o de amealhar umas coroas, que me permitissem regressar o quanto antes ao meu país e poder prosseguir com os meus projectos, quer pessoais/familiares, quer profissionais. Não fui e provavelmente já não irei, a não ser que entretanto vocês, os crânios (aqueles que até são condecorados pelo Sr. PR), inventem uma maquineta que retarde a velhice.

O que eu acho, é que é muito triste ver gente que para justificar o seu passo, tenham de denegrir a imagem do seu país de origem!

Para esses, não obstante a minha opinião, apenas lhes desejo que a sua consciência não se transforme num calvário e por isso até lhes dedico uma música que acaba assim - "E depois do amor/E depois de nós/O adeus/O ficarmos sós"… Se bem que toda a letra é sintomática do que um dia vos pode acontecer:

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