segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Instituições - e legisladores, também.

Quando os argumentos racionais não chegam – “Aqui d’El Rei que isso é um insulto para a Instituição.”

As Instituições para mim são um mistério, tal e qual como o legislador. Ninguém é capaz de dizer, foi o fulano ou o cicrano que escreveu aquilo, a conversa é – “foi o legislador”. Este tipo de pseudo-não-sei-o-quê é muito vantajoso para quem, pura e simplesmente, quer passar incólume a todas as críticas, adversidades e a toda a porcaria que lhe aprouver fazer, porque contra a Instituição, coisa intocável, nada se pode dizer ou fazer, como se aquilo fosse uma coisa inanimada e não um conjunto de pessoas responsáveis e responsabilizáveis.

Mas afinal o que raio é uma Instituição? É que pergunto mesmo sem saber, até porque, no dia que li que o Mick Jagger é uma instituição, fiquei completamente aos papéis e percebi que afinal as Instituições são gajos que cantam o I can’t get no satisfaction, fumam ganzas, injectam heroína e snifam coca. Aí fiquei a perceber porque é que elas, as ditas cujas, são meio apanhadas do clima e comecei a ver o mundo com melhores olhos, porque me sinto superior, embora elas é que mandem mas, pronto, dá-se-lhes desconto, coitadinhas, são todas meio malucas e temos que ajudar os pobres de espírito. E o legislador, também.

Já o Júlio César falava dele na terceira pessoa do singular. Hoje, certa gentinha fala dela própria na primeira pessoa do plural. É que nunca são eles, há sempre outro gajo qualquer que tem a culpa.

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