terça-feira, 18 de setembro de 2007

O "biscómetro"


Estava eu descansado na minha secretária, deambulando entre a problemática de como dar vazão ao monte de papéis acumulados na dita cuja e ao mesmo tempo saciando a minha fome de informação disponível na net, nomeadamente em sites e blogues mais-ou-menos censuráveis ou censurados, quando eis que de repente me aparece uma mensagem no pc, a convidar para contribuir no “bom” funcionamento deste novo estabelecimento cibernáutico.

Ora bem, reconheço que a primeira coisa a vir-me à cabeça foi “rais parta, queres ver que estes gajos às tantas precisam de alguém para limpar as latrinas e há que convidar aqui o desgraçado, que já passa a vida a limpar a merda que os outros fazem?”. Por sinal a proposta era séria, pelo que só tive de a encarar assim mesmo - com seriedade – e então, depois de comunicar ao Silva a minha disponibilidade, debrucei-me logo sobre o assunto.

A primeira coisa que fiz foi saber até que ponto o meu conceito de tasca estava gramaticalmente correcto, socorrendo-me para o efeito de um daqueles dicionários comprados em fascículos e que mais não servem se não para encher as prateleiras e aumentar os nossos encargos mensais. De facto, lá dizia que tasca significa taberna – até aqui tudo bem – o problema veio a seguir, dado que lá também dizia que tasca era sinónimo de casa de pasto reles e ordinária. Aqui confesso que fiquei novamente possuído daquele meu primeiro pensamento em relação aos verdadeiros intentos de quem me convidou – “ou é para limpar sanitas, ou, pior do que isso, limpar aquelas coisas em que, na juventude dos nossos Pais, os homens praticavam o lançamento da bisca e que eu, por insuficiência de tempo para procurar o termo correcto, decidi chamar de biscómetro”.

Certamente os mais novos desconhecerão que noutros tempos havia esses utensílios nas tascas e outros estabelecimentos, mas de facto eles existiam e parece que ainda os estou a ver ali num canto. Era assim uma coisa parecida com um penico a fugir para aqueles cinzeiros modernos compostos por duas partes, a de baixo que contém água para o cigarro se apagar e a de cima que possibilita que a “pirisca” não seja visível, como se o acto de fumar fosse uma vergonha, a qual se pode esconder num cinzeiro de linhas modernas, que mais parece um objecto de adorno.

Pensará a única pessoa que ainda tem pachorra para ler este meu post (a minha esposa - que remédio tem ela – ou isso, ou levar um arraial de porrada) “porra que o gajo, além de não ter piada nenhuma, é mesmo nojento!”. Não minha amada, não sou nojento não senhor, ou tu ainda não reparaste que este mundo está cheio de lançadores de biscas???. O que é que tu achas que fez o Sr. Bush, ao inventar uma guerra contra o senhor do mal, o Saddam??? – Mais não foi do que, encapotado por esse suposto intento, apoderar-se do controlo pelo ouro negro, nem que para isso tivesse que atirar umas valentes biscas esverdeadas para cima do povo iraquiano!. E porque achas que a igreja tanto luta contra o uso do preservativo e outros métodos contraceptivos??? – Mais não é do que tapar os olhos aos seus fiéis mais acérrimos, enquanto que ao mesmo tempo vai atirando umas biscas (e indemnizações chorudas pagas com o dinheiro angariado junto dos seus fiéis), para cima daqueles desgraçados que por esse mundo fora são vítimas de pedofilia por parte dos próprios pregadores!

Como se vê, o “biscómetro” não é um utensílio assim tão em desuso!

4 Comments:

JC said...

E eu a pensar que biscómetro era um detector de biscateiros! Ehehhehe

Anônimo said...

Boa jogada.

Anônimo said...

Diz-se BISGA e não Bisca !

Logo ... deverá ser Bisgómetro !


Já agora .... era uma vez uma Bisga tão amarela tão amarela ... que se tivesse casca era um ovo !!!

Pinto Madeira said...

por acaso não sou a sua esposa amada... mas pensei o mesmo... “porra que o gajo, além de não ter piada nenhuma, é mesmo nojento!”... seu Bisca!!